Para evitar abandono e resistência aos remédios, existe o Tratamento Diretamente Observado (TDO), em que profissionais de saúde acompanham de perto a tomada diária dos comprimidos. Já nos casos de tuberculose resistente (MDR-TB e XDR-TB), o tratamento é mais longo e complexo, feito em serviços especializados.

Prevenção e controle

A principal forma de prevenção na infância é a vacina BCG, aplicada ao nascer, que protege principalmente contra as formas graves, como a TB miliar e a meníngea. Outro pilar é o Tratamento Preventivo da Tuberculose (TPT), indicado para quem tem infecção latente e maior risco de adoecer.

Nos últimos anos, esquemas como o 3HP (isoniazida + rifapentina, uma vez por semana por três meses) têm ganhado espaço por serem mais curtos e favorecerem a adesão. Além disso, é fundamental garantir diagnóstico rápido, iniciar o tratamento o quanto antes e orientar sobre ventilação de ambientes e uso de máscaras em situações de risco.

Quem mais sofre com a tuberculose

A TB é uma doença profundamente ligada às desigualdades sociais. No Brasil, a maior parte dos casos ocorre em:

• Homens adultos

• Pessoas negras e pardas

• Pessoas privadas de liberdade

• Pessoas em situação de rua

• Povos indígenas

A coinfecção TB-HIV continua sendo um grande desafio, já que pessoas vivendo com HIV têm maior risco de adoecer por tuberculose e de apresentar formas graves.

O desafio brasileiro até 2030

O país ainda convive com altas taxas de adoecimento e morte por tuberculose, muito relacionadas à pobreza, desnutrição, moradia precária, exclusão social e racismo estrutural. Mesmo com avanços em diagnósticos, o abandono de tratamento e o acesso desigual aos serviços de saúde continuam sendo barreiras importantes.

Para chegar à meta da Organização Mundial da Saúde de eliminar a TB como problema de saúde pública até 2030, o Brasil precisa de:

• Novas vacinas e tratamentos mais curtos

• Ampliação do uso do TRM-TB e de outras tecnologias

• Fortalecimento do SUS e das políticas de proteção social

Falar de tuberculose é falar de direito à saúde, dignidade e justiça social. Com informação, diagnóstico precoce, adesão ao tratamento e políticas públicas robustas, é possível reduzir drasticamente o impacto dessa doença que acompanha a humanidade há séculos.